Como era gostosa a minha utopia

Foto: Área de exposição

2019-04-18

No centenário da Bauhaus, a situação política mundial está mais para 1933, ano em que a escola finalmente fechou as portas por pressão dos nazistas, do que para 1919. No Brasil, seus reflexos chegaram bem tarde, e o seu fundador, Walter Gropius, teria enfurecido Oscar Niemeyer em visita ao Rio de Janeiro, em 1954

O centenário da Bauhaus, este mês, está sendo comemorado em todas as revistas de arte e design, arquitetura e decoração do mundo. Na Alemanha, a programação dos museus encontra-se repleta de homenagens – a maior delas sendo a inauguração do novíssimo Bauhaus-Museum em Weimar, cidade onde a escola nasceu. Uma enxurrada de exposições, seminários, livros, artigos (como este) marcam a importância fundamental da instituição que, muito mais que uma mera escola, deu ímpeto à difusão global do modernismo artístico. Hoje em dia, a Bauhaus é unanimidade, e quase todo mundo tem algo de positivo a dizer sobre ela.

Talvez o único lugar que o leitor não corra risco de esbarrar com o ideário da Bauhaus em 2019 seja em sua vida cotidiana. A menos que seja leitor de revistas especializadas em design gráfico, dificilmente irá se deparar com soluções de tipografia e diagramação calcadas em Herbert Bayer ou Joost Schmidt. A menos que frequente ambientes culturais muitíssimo refinados, dificilmente verá de perto um quadro de Lyonel Feininger ou Paul Klee. A menos que seja bem rico, dificilmente terá ocasião de sentar numa cadeira de Marcel Breuer ou Mies van der Rohe. Para desespero desses mestres, que devem estar revirando em suas tumbas, o legado da Bauhaus hoje é para poucos. Não é para menos. No centenário da Bauhaus, a situação política mundial está mais para 1933, ano em que a escola finalmente fechou as portas por pressão dos nazistas, do que para 1919.

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